quinta-feira, 19 de junho de 2008

Mais Dicas de Livros online

Essa dica é sugestão da Sandra Sangaletti. São centenas de livros de domínio público disponibilizados e tem um vídeo imperdível do Paulo Freire. Clique aqui e acesse.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Livros de Paulo Freire para Baixar

Essa dica é de Gustavo Cherubine e foi publicada no Blog do Nassif, mas não pude de conter e a reproduzo aqui. É um blog com livros de Paulo Freire, para ler e baixar.
O Blog chama-se Para Além do Hip Hop e lá tem o link para baixar um arquivo com os seguintes livros:

  • Pedagogia da Esperança
  • Pedagogia da Indignacao
  • Pedagogia diálogo conflito
  • Pedagogia do Oprimido
  • Política e Educação
  • Por Uma Pedagogia da Pergunta
  • Professora sim, Tia nao
  • A importancia do ato de ler
  • Ação cultural para a liberdade
  • Cartas a Guinea Bissau
  • Conscientização
  • Educacao e Mudanca
  • Extensao ou Comunicacao
  • Medo e ousadia
  • Pedagogia da Autonomia
O endereço do blog é: clique aqui

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Apoio ao Fazendo Media

O jornal Fazendo Média e o site correspondente são importantes ferramentas de resistência jornalística à hegemonia dos meios de comunicação conservadores. Como toda iniciativa de resistência tem muita dificuldade para sobreviver. Eles lançaram uma campanha de assinaturas que é barato e pode fazer toda a diferença para que se mantenham vivos. É apenas R$ 45,00 reais e o jornal pode ser recebido pelo correio em todo o Brasil. Se puder contribua. Clique aqui para ver o site e ter mais informações sobre a assintatura.

A Pretensiosidade de um Projeto de Sociedade

É cada vez mais raro encontrar alguém que mantenha a pretensão de um projeto de sociedade. Alguém que ultrapasse as questões do dia-a-dia e invista seu tempo e sua energia em pensar alternativas maiores, para o longo prazo. A ideologia dominante pretende que cada um cuide de si, busque se viabilizar da melhor forma possível e se abandone em alguma modalidade de entretenimento para relaxar de vez em quando.

A tecnologização do cotidiano contribui muito para isso. São tantos detalhes novos o tempo todo, coisas a aprender, ferramentas fascinantes sendo criadas... Isso de pensar grande parece inútil, ou mesmo não temos tempo para isso. Se procurarmos nos últimos tempos, honestamente, quanto tempo e quando nos dedicamos a estas questões? Ou nos deixamos levar pela correnteza do cotidiano e consideramos essa uma questão ultrapassada, como querem alguns?

Simplesmente chamar essa situação de alienação é cair no lugar comum que não faz avançar a reflexão. O movimento de autocrítica exige muito mais que uma chamada de atenção. É preciso resgatar o sentido dessa pretensiosidade. Por muitos anos os chavões substituíram essa reflexão. Uma expressão resolvia esta questão e se poderia voltar aos desafios da concretude, que por si já nos absorvem por inteiro. Com o esfacelamento do “muro de Berlim” muitos caíram no golpe do fim das ideologias e acreditam até hoje que não há mais espaço no mundo para um projeto de sociedade. Aceitam implicitamente que tudo está resolvido, doravante restam apenas desafios pessoais, ou no máximo o desafio da sustentabilidade ambiental, quer dizer, se conseguirmos reduzir a agressão à natureza, o resto já está bom. Ou ainda, bom não está, mas não vemos outras possibilidades.

Ousar desejar mais, seja para si, seja para a humanidade não é uma obrigação, é apenas uma possibilidade. Isto é preciso ficar bem marcado para que não se troque de alienação simplesmente. Trata-se de uma perspectiva política e que faz a maior diferença. Alguém que toma para si os grandes desafios do nosso tempo e procura encontrar saídas, mesmo que não as encontre, é uma pessoa diferente. Alguém que veja as mazelas do mundo como um problema seu, que lhe diz respeito, e não apenas acusa ou reclama da situação...

Não estou pretendendo, também que tenha um modelo de sociedade a propor ou que se filie a um grupo específico, que defenda uma ideologia. A questão é chamar para si a pretensão da totalização. Não apenas um aspecto, um lugar, mas o mundo. Este é um desafio grande que faz da pessoa grande. É claro, por outro lado, que não baste pensar um projeto de sociedade, suas atitudes carecem de coerência com o que defender. O desafio não é dizer um compromisso com a humanidade, mas ser esse compromisso!

quarta-feira, 4 de junho de 2008

A Fragilidade da Vida Humana

A vulnerabilidade do ser humano pode ser verificada de várias formas. Desde o nascimento, somos uns dos animais que depende de seus pais por mais tempo. Mesmo depois disto, a sofisticação de nossa vida social nos leva a um longo processo de aprendizagem, essencial a sobrevivência. Não me refiro aqui às coisas aprendidas na escola, que seriam um capítulo a parte. Trata-se tão somente das regras de convivência, explicitas e implícitas, e da linguagem falada, com seus mil tons e detalhes. Por dominar estes elementos – processo este que nunca termina – alguns de nós se julga capaz de enfrentar o mundo com suas armadilhas e perigos.

Ocorre que somos extremamente frágeis! Esse fato tem que ser sempre levado em conta. É um antídoto para a prepotência e a arrogância diante das forças da natureza e mesmo diante dos outros. Nosso corpo padece diante de um minúsculo vírus quanto mais diante de um acidente, mesmo que pareçam banais. Além disto, e como se não bastasse, nossa segurança psicológica pode ser abalada com tamanha facilidade que chega a ser espantoso que mantenhamos o rumo. A emoção, que é uma desestabilização psicológica, mas não pode ser considerada uma ameaça por si só. Estar emocionado é estar abalado, sem dúvida, mas este nível de desordem não costuma afetar nossa estrutura de ser. Se isto ocorrer, há que se procurar auxílio técnico profissional porque esta situação torna-se insustentável e pode se contornada. A emoção, por outro lado, pode ser uma perturbação benéfica a nosso ser. Uma homenagem ou prêmio podem ser momentos de extrema emoção e isso não pode ser considerado danoso a pessoa.

A morte, entretanto, costuma nos arrastar a um precipício do qual, muitos de nós, têm dificuldade de escalar seu retorno. Admitir nossa fragilidade, física e psicológica é um bom ponto de partida para manter nosso projeto de vida. Chegará nossa vez e esse é um processo natural e irreversível. Isso não muda em nada a dor pela perda de pessoas queridas nem mesmo nos faz querer apressar nosso fim, mas faz com que nos coloquemos em nosso lugar. Seres frágeis cuja maior força e nossa capacidade de nos aliarmos pela solidariedade para construir um mundo melhor para nós mesmos e para os que virão.

PS: Esta pequena reflexão me ocorre em função do falecimento de Neri Elias de Moraes, meu pai. O homem que me ensinou a chorar de emoção.