segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019
MOMENTO DE ACUMULAR FORÇAS
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Trabalho Infantil Doméstico
Situação extremamente grave, mas muito difícil de mensurar são as crianças e adolescentes submetidos ao trabalho doméstico. Teria sido ótimo se esta matéria incluísse a história de um destes ou destas trabalhadoras. Geralmente meninas, recebem a delegação de cuidar da casa e de irmãos menores para que os pais trabalhem. Isto acontece aos oito ou nove anos, em alguns casos. Há relatos até mais drásticos, de uma menina de seis anos que, além de cuidar da casa, era a responsável por sua avó, acamada e completamente dependente. A menina tinha que dar remédios, cuidar da higiene da idosa e ainda manter a casa.
Chego a acreditar que este número seria ainda maior que aqueles que trabalham nas ruas. Pais cheios de cuidados, preocupados com suas famílias e que não consideram um problema, afinal, sua filha está em casa e não nas ruas ou com más companhias. Como não há relação financeira neste trabalho, para a maioria das pessoas nem é considerado enquanto tal. A visão míope do senso comum, ainda admite o trabalho nas situações de miséria por não vislumbrar alternativas para a família. Como ficam no "fazer o que, né?", sem que lhes sejam apresentadas as ações viáveis e comprometida com a conquista de direitos dessa família, desconsideram completamente o comprometimento do futuro destas pequenas brasileiras.
Crueldade? Não creio que seja. Trata-se mais propriamente de alienação que o faz cumplice do status quo. É preciso investir num processo de educação política que desvende o olhar e os empodere para o enfrentamento deste quadro. Isto é diferente da mera pregação ideológica. Trata-se do fornecimento de instrumentos reflexivos para que cada um se defina diante do projeto de sociedade que queremos. É condição para pensarmos a democracia e começarmos a construí-la.
É claro que a informação e a formação tem potencial transformador, mas isso é uma decorrência do fato, uma aposta mais especificamente. Não é legítimo distorcer a realidade para privilegiar seu ponto de vista, mas desvendar o mundo, expondo suas entranhas de maneira honesta é importante e justo. Sobrarão sempre controvérsias sobre as informações utilizadas, mas o ganho em termos de capacidade crítica e organizativa serão irreversíveis.
O compromisso ético-político com o futuro destas meninas não pode nos abandonar jamais. É preciso sentir o amargo na boca por sermos todos cumplices desta situação. Não basta a comoção piegas ao ler a reportagem. É preciso mais, mas em que direção é uma questão a ser respondida por cada um. Qualquer que seja a recomendação de ação genérica será mero messianismo, por desconsiderar a história de cada um e seu lugar na sociedade atual. Não há receita e isso é maravilhoso. Temos que construir coletivamente as alternativas. Com nossa diversidade poderemos ter ainda mais alternativas...
terça-feira, 21 de junho de 2011
"Ele nega as acusações"
Fiquei imaginando o sorriso cínico do jornalista ao escrever estas palavras... Depois de deitar e rolar, incluindo aí o exercício da criatividade das insinuações, acusações anônimas ou identificadas, pareceres genéricos de especialistas, recursos gráficos e notas explicativas, do tipo "entendendo o caso", onde em poucas linhas se tinha a montagem do raciocínio recomendado para a história, um ". "resumo executivo"; ele insere a praxe que o isenta de uma eventual cobrança por suas leviandades.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Contribuição: Coisas que Aprendi na Vida
Recebi este texto como contribuição ao Blog, da Adriana Freitas de Carvalho. O autor é desconhecido mas o texto vale a pena:
Coisas Que Aprendi na Vida
Aprendi que não importa o quanto eu me importe, algumas pessoas simplesmente não se importam; que não importa o quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isto; que levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la; que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias; que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pela vida inteira; que o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida; que não temos que mudar de amigos se compreendermos que os amigos mudam; que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa; que devemos deixar sempre as pessoas que amamos com palavras amorosas.Pode ser a últimas vez que a vejamos; que as circunstâncias e o ambiente têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmo; que não devemos nos comparar com os outros, mas com o melhor que podemos fazer; que não importa onde já cheguei, mas para onde estou indo; que leva muito tempo para eu me tornar a pessoa que eu quero ser; que posso ir mais longe depois de pensar que não posso mais; que ou você controla seus atos ou eles te controlarão; que paciência requer muita prática; que existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem demonstrar isso; que meu melhor amigo e eu podemos fazer qualquer coisa, ou nada, e teremos bons momentos juntos; que algumas vezes a pessoa que espera que o chute quando você cai, é uma das poucas das que lhe ajudarão a levantar, que há mais dos meus pais em mim do que eu supunha; que quando estou com raiva, tenho direito de estar com raiva. Mas isto não me dá o direito de ser cruel; que só porque alguém não o ame do jeito que você quer, não significa que não o ame com tudo o que ele pode; que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém. Algumas vezes você tem que aprender a si perdoar.
sábado, 3 de julho de 2010
ENVELHECER: O meu visu...
De meu amigo José Antônio Alves Tabajara:
Envelhecer é a fase da vida que nos expõe ao teste máximo de coragem. A consciência de que estamos no "corredor da morte" torna amargo o sabor dos restos do banquete da vida; A vista dos escombros de nossa imagem física, e o decréscimo de nossas funções vitais, nos desafiam a dar um sentido útil a esse resto de existência. Útil para quem, se não teremos tempo para saboreá-lo? Eis a questão! Essa cogitação nos convoca automaticamente a inventariar as sobras dos "talentos" que recebemos no início da jornada. Dissipamos o capital inicial da vida - e nos tornamos nús como nascemos - ou multiplicamos aqueles talentos e nos tornamos ricos? Nesta segunda hipótese, poderemos encarar sem medo o fantasma da velhice. Obviamente não me refiro ao entesouramento de bens materiais, mas à sabedoria forjada nos tropeços da existência. Aquela que nos permite oferecer aos que ficam a visão nítida dos caminhos e descaminhos da jornada. Então, o que legar aos sobreviventes? Nada alem nem aquem do que temos. De minha parte, dedico-me a identificar as falhas institucionais no campo do Direito, e sugerir as necessárias correções. Cedo ou tarde, no todo ou em parte, essas sementes serão reconhecidas e melhoradas por quem detiver o poder e a vontade para plantá-las. Então estarei sorrindo depois da velhice. Saudações, José Antônio Alves Tabajara.
sábado, 22 de maio de 2010
Envelhecer
quinta-feira, 11 de março de 2010
PALESTRA: CRISE ATUAL E OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Recebi como contribuição, as anotações de Fernando Anísio Batista, de uma palestra ocorrida na UFSC. Vale a pena a leitura...
PALESTRANTE: PROF. IGNACY SACHS
DIA: 11.03.2010 (QUINTA-FEIRA)
HORÁRIO: 09 - 12 HS
LOCAL: AUDITÓRIO DA REITORIA
PROMOÇÃO: IELA-UFSC E CALE-ECONOMIA
Falar em crise não é mais nenhuma novidade na atualidade. Mas encontrar respostas para a crise é muito mais desafiador. Portanto, toda crise desperta para uma reação, que pode ser para resistir e reafirmar uma proposta, mesma se for ela que provocou a própria crise, ou então, aproveitar a crise para uma mudança de rumo.
Vejamos quais foram as duas primeiras revoluções. A primeira grande revolução foi intitulada como Revolução Neolítica, ou seja, ocorreu aproximadamente a 12 mil anos atrás quando o homem conseguiu “domesticar” as plantas e os animais. A segunda grande revolução aconteceu entre os séculos XVII e XVIII, onde iniciou o processo de utilização das energias fósseis (petróleo e carvão).
Atualmente temos uma quantidade de lançamento de gases poluentes no ar, o que resulta no aquecimento global. Estamos próximos da exaustão dos recursos naturais de fácil acesso (como é o caso do petróleo). Então a terceira grande revolução trata-se da era pós petróleo. Contudo a resposta para esta crise não deve ser feita de forma simplista, baseada apenas no meio ambiente e no debate da matriz energética. É necessário ampliar o debate e incluir na pauta a desigualdade social.
Estamos vivendo uma catástrofe social e natural. É perigoso falar simplesmente na catástrofe natural. Os dois grandes desafios desta crise são o ambiental e o social, sendo que as soluções devem ser socialmente encludente e ambientalmente sustentáveis.
Quais são os paradigmas que a crise apresenta?
1º) Paradigma Energético: é necessário repensar a fonte de energia, repensar o padrão de consumo.
2º) Eficiência Energética
3º) Substituição Energética: abre um leque de alternativas muito grande, além da bioenergia temos várias gerações de matrizes energéticas que podem ser ampliadas. Como podemos ver a seguir:
- Etanol (primeira geração): esta sendo bem trabalhada, mas é preciso ampliá-la sem colocar em risco a segurança alimentar.
- Etanol celulose (segunda geração): composto com resíduos vegetais, o que acabará com a competição entre a segurança alimentar e o modelo energético.
- Biocombustível (terceira geração): é composto por micro algas marinhas e aquáticas.
- Fotosintese Assistida (quarta geração): tratasse da realização da fotosintese em uma estufa com a inclusão de gases (como o carbono) a qual gerará energia. Este modelo está em fase de estudos para ser implementado no deserto e abastecer energicamente muitos países da Europa.
Estes modelos de matrizes energéticas têm baixa emissão de carbono na atmosfera, isso não significa que não vamos utilizar o carbono.
Outro elemento importante para analisar a crise e buscar respostas a ela é perceber quais são as margens de liberdade que temos para progredir, para se desenvolver. Neste sentido podemos destacar algumas, conforme segue:
- Repensar o modelo energético;
- Promover a rede sócio assistencial ampliada a partir do conceito de direito universal;
- Expansão do perímetro da economia solidária dentro do mercado capitalista (contra a apropriação individual do lucro);
- maior seriedade nas relações internacionais, sendo que o modelo de globalização que temos no momento é voltado para o favorecimento dos países ricos.
- Maior aproveitamento dos recursos naturais, buscando um desenvolvimento a partir de dentro, com as potencialidades e possibilidades locais.
Voltar à arte de planejar
O modelo de desenvolvimento social, econômico e ambiental que temos é refém da falta de planejamento. O planejamento aponta onde queremos chegar. Hoje não temos esta resposta.
O planejamento é uma vitima da contra reforma neoliberal que tem ocorrido a partir dos últimos 30 anos. A agenda 21 proposta no Rio de Janeiro em 1992 ficou na contra mão do processo neoliberal vivido nos anos 90. Desta forma, não foi possível planejar ações que favorece sua aplicação.
A necessidade atual é de construir um planejamento que inclua temas e paradgmas que a crise apresenta e não consegue dar respostas, tais como: inclusão social, modelo energético, relações de trabalho horizontalizadas, etc.
Este planejamento deve ser democrático e que envolva as seguintes categorias representativas:
- Estado democrático de direitos;
- Trabalhadores;
- Empresários;
- Sociedade Civil Organizada;
Deve ser dialógico, reflexivo e continuo. Por isso, deve ser diferente do modelo soviético. Na sua metodologia pode promover novos ciclos de planejamento abrangendo diversos níveis, com diagnósticos participativos que respondam as seguintes perguntas: o que está doendo? Quais os problemas devem ser atendidos? Avaliação dos potenciais latentes da economia. Como dinamizar a economia local?
O planejamento pode ser visto como uma estratégia em longo prazo, envolvendo a nação, biomas territórios, estados e municípios. Poderá ter o seguinte tripé: pegada ecológica, biodiversidade e trabalho descente.
Nos anos de 2012 acontecerá no Rio de Janeiro a II Cúpula da Terra e em 2022 será o bicentenrio de libertação dos países latinos americanos. Podem ser dois grandes momentos para voltar a planejar.
Anotações feitas por Fernando Anísio Batista
e-mail: fernandoanisio@hotmail.com