Voltemos ao que interessa. A grande imprensa insiste em pregar o pânico, correndo atraz de cada detalhe das 20 lamentáveis mortes ocorridas até o momento. Se possível grava um close da lágrima caindo do parente da vítima, com uma música doce ao fundo e um oloquente silêncio do apresentador do telejornal, na sequencia. Ainda ontem tivemos a história de toda a equipe médica que conseguiu salvar um bebê cuja mãe padeceu pelas consequencias do H1N1.
Todas as pessoas que tenho encontrado consideram isso tudo um exagero, mas os postos de saúde estão abarrotados de pessoas de máscaras esperando infindáveis horas por uma consulta que nao lhes dirá nada, nem tinha nada a dizer. Ainda ontem me surpreendi com a informação de que Brasil morrem anualmente 77 mil pessoas por consequencias da gripe comum. Isso dá mais de 200 pessoas por dia! Nunca imaginei que seriam tantos. Antes que isso gere outro pânico, vale lembrar que mesmo que muitas dessas sejam evitáveis, outras tantas não o são e contribuem para nosso equilíbrio demográfico. Mas o fato alardeado é que ontem morreram 5 em função da nova gripe e isso foi e será repetido à exaustão.
Estamos diante de mais uma estratégia articulada para ocupar o centro das preocupações da população e, de quebra, insinuar que está havendo omissão do governo federal no controle da entrada das pessoas infectadas no país. Só falta algum abobado gritar "Fechem as fronteiras ou teremos uma catastrofe! Nossas crianças pegarão gripe ao sairem para as aulas, os trabalhadores serão contaminados nos coletivos, os cultos religosos terão que ser proibidos." Parece que estamos na beira do caos e temos uma situação da mais completa trivialidade na realidade
Foi curioso notar que a própria grande imprensa agora teve que iniciar um movimento de recuo, tentando neutralizar o alarme acionado por eles mesmos quando identificaram que quse todos os casos ocorreram nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul. Justamente nestes dois!! Antes que alguem acuse estes governadores de negligência ou fragilidade do atendimento da saúde, foram apresentados, pela primeira vez, alguns elementos comparativos. Na Argentina já morreram mais de 2 mil. No Chile mais de mil... E olha que não há comparação no tamanho da população e localização geográfica dos mesmos.
Enfim, paginas de jornais precisam ser escritas com algo. Minutos de telejornais precisam ser cobertos diariamente com informações que prendam os espectadores enquanto esperam a novela. Apavorá-los é uma maneira eficiente de mantê-los cativos. É lamentável que ainda tenhamos tanta gente que se deixa levar por esses movimentos sórdidos!
4 comentários:
Acho que você anda um pouco magoado com a impressa, ou estou errado???
Lembra dos infelizes que morreram de febre amarela pois não poderiam tomar a vacina?
Tenho pensado nisso, a que interesse serve esse alarde, são questionamentos que levam a várias divagações.
Essa sua "desolação" pela comunidade humana está me dixando preocupada...
Cuide-se para não se descolar demais de nós!Ficaremos tristes...
Essa frase que fala das mortes que contribuiem para o Equilíbrio demográfico,ai, me parece meio facista.
Com certeza a imprensa mete pânico nas pessoas e para ganhar ibope e talvez encobrir as verdades que acontecem usam o que mais sensibiliza o público.São manipuladores!!??
bjs...
Em primeiro lugar, terei de admitir que o comentário do Governador José Serra deu-me espasmos de rolar de rir. Pobres porquinhos...
Em segundo, a imprensa - principalmente a globo, mas sem esquecer as demais - tem uma tendência a exagerar "catástrofes naturais" para desviar a atenção dos telespectadores, em sua maioria com a cabeça vazia demais para perceber os reais problemas de nossa sociedade.
A informação é necessária e realmente poderia ter evitado centenas de milhares de mortes ao longo do tempo. Porém, convenhamos que há formas e formas de lidar com isso.
Tudo isso leva-me a discordar de alguns aspéctos dos comentários anteriores. Creio que o sentimento que aflige o dono deste blog não está corretamente associado à mágoa, mas sim a frustração. Esta que, infelizmente afeta a mim também.
O fato de avaliar a coisa de uma maneira um tanto cientificista e, quem sabe até realista, não significa um pensamento facista ou um afastamento humanitário. Pontos de vista diferentes são sempre bem vindos. Uma vez alguém famoso, do qual não me recordo disse algo parecido com isso: "Posso não concordar com uma palavra do que dizeis, mas defenderei até o fim o direito que tens de dizê-las".
E, sejamos francos, o tal "Humanitismo" de Quincas Borba ja caiu por terra há muito tempo na tal "comunidade humana". Certas coisas têm de ser levadas um tanto mais duramente para surtir efeito na cabeça das pessoas.
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